Fraudes no INSS: PF investiga sindicato de irmão de Lula

4/23/20252 min read

Sindicato ligado a irmão de Lula é investigado por fraudes no INSS

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira (23), que investiga um esquema de fraudes em descontos indevidos aplicados sobre aposentadorias e pensões pagas pelo INSS.

A entidade tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar do cargo, Frei Chico não foi alvo direto da operação.

O que está sendo investigado

Segundo a PF, o Sindnapi está envolvido em um esquema nacional de cobranças não autorizadas nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas. O presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, é citado na investigação, que aponta um possível conflito de interesses: ele também atua como sócio de diversas empresas — corretoras de seguros, planos de previdência, cooperativas de crédito, comércio de materiais de construção e até criação de cavalos.

A investigação revelou que a arrecadação do sindicato cresceu 78% entre 2020 e 2021, logo após um período de queda durante a pandemia da covid-19. Isso levantou suspeitas sobre a origem dos recursos.

Diante das denúncias, o Sindnapi foi descredenciado. Em nota, o sindicato declarou apoio à investigação e afirmou que apurações rigorosas são fundamentais para preservar os direitos dos aposentados, pensionistas e idosos.

Detalhes da operação

A operação cumpriu seis mandados de prisão temporária, além de 211 ordens de busca e apreensão e sequestro de bens, totalizando mais de R$ 1 bilhão. O grupo é acusado de envolvimento em fraudes que teriam causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, por meio de descontos associativos não autorizados nos benefícios previdenciários.

O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após a operação. A PF afirma que ele autorizou a continuidade dos descontos mesmo após denúncias da imprensa e de órgãos de controle.

Os descontos deveriam ser aplicados apenas em casos de adesão voluntária dos beneficiários às entidades, o que, segundo os investigadores, não foi respeitado.